Da atenção




Sei que não vai me substituir. Sei que mesmo soterrado pelos desencontros e culpa eu estou ai. Que me ama e que continuo impregnado em você de alguma forma bonita.

Mas é sobre a tua atenção. 

Depois de tudo, suponho que hoje já não sou fonte de conforto, sorrisos e interesse como fui antes para você. Por isso, como quem se afasta e olha pros lados para se proteger, menos atenção você presta. Resignado, sentindo que já te perdi de tantas formas, suportando mais essa. As horas e horas ao telefone, o sofá, a troca, as respostas imediatas às mensagens... O que havia aqui vai ser encontrado no trabalho, nele, nela, neles, nos novos, nos antigos, na perspectiva do futuro.

E isso é bom! De coração, isso é. Estar algumas páginas a frente e à volta de tantos outros apoios é não sentir o vazio como sinto e é menos importância a ser dada quando finalmente eu já não estiver aqui. Te ver se recompondo depois de tudo é um alívio.

Mas é sobre a minha atenção.

Que não sei pra onde apontar.

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