Digníssimo leitor, eu lhe pergunto: Qual o problema de ficar só em casa num sábado à noite? Qual o problema de não ter um(a) namorado(a) e não procurar por um(a)? E qual o problema de preferir assistir um filme sozinho? Qual o problema de se programar pra ficar só em casa lendo e organizando as coisas da faculdade/trabalho? E por que cargas d'água existem seres que sentem uma coceira nos partes intimas e safadórias quando não saem de casa pra ver gente? Por que não aguentam ficar só? Por que, por quê, porque, porquêêêêê??

Veja bem Caro Wilson, não é do 'ser só' que me refiro aqui, isto é deprimente e digno de pena, mas sim, do 'estar só'. Levando em consideração que todos não nasceram grudados em ninguém, como alguém no meio desse 'todos' não consegue viver um final de semana sozinho em casa sem reclamar desta situação? Deve haver uma necessidade extrema de contacto com outros humanos ou um medo medonho de ficar só, olhar pra dentro e perceber que o som não se propaga no vácuo. Ou melhor, há uma depêndencia dos que estão em volta por que, afinal, seria você tão superficial a ponto de ter que 'coexistir' pra 'existir'? Eu acho que essa galera nunca viu um cavalo ser parido. Sabe como é? Eles são cagados e 10 minutos depois estão trotando. Isso se chama independência.

Mas vão me dizer: 'Ah, mas não fomos feitos pra ficarmos sozinhos'. Nem sempre. 'Ah, mas temos que viver com alguém, isso nos faz bem'. Nem sempre. Nasce só, cresce só. Estar ao lado de alguém só torna esse processo todo de envelhecer e acumular experiências mais agradável. Sem nunca, NUNCA, depender de alguém pra se divertir ou dar sentido a um final de semana.

Entretanto, na maioria das minhas melhores lembranças, eu nunca estive só. E alguém irá me acusar de ter acabado de me contradizer.

Enfim, só são opiniões e perguntas de um cara que prefere ir ao cinema sozinho pra não se distrair com quem está ao lado. E dessa vez eu nem quero que esse canto torto, feito faca, corte a carne de vocês.

Uma Fada Azul montada num Coelho.

*por Douglas Beltrão

O que de mais estranho pode acontecer em um fim de semana?

Você, pessoa alheia às ciências dos gnomos e da Ilha de Avalon, nunca verá uma fada igual a que vi. Uma fada azul e ainda montada em um coelho. Nem com todo Absinto ou qualquer álcool disponível no glorioso estado de Pernambuco. Só não sei se foi a cana que tomei ou a jujuba que comi que montou em minhas retinas tal fotografia. Logo após este acontecimento, ainda fragilizado pela visão, só consegui me acolher no chão ao lado de um Vira Lata do mais alto Perdigree, vulgarmente conhecido como Beethoven. E antes que pensem mais coisas sobre isto, deixo claro que antes que ele viesse lamber minha cara, despertei. Querem saber mais? Pois bem, me meti em cocó de marido e mulher e ri muito com isso também. Foi TENSO, mas se resolveu. No fim todos acabam se amando e isso é o que importa. E quer saber, vamos caçar que é mais divertido! Corri atrás de 3 coelhos: um branquinho, um malhado e um marrom filho da puta que arranhou toda a lataria e pintura de meu braço esquerdo. Putamerda, quem consegue ser agredido por um coelho? E sem contar com as mais variadas formas de cortes e arranhões que as Espadas de São Jorge podem oferecer nos momentos que você se joga no mato sem medo de comer terra atrás destes roedores. Atendimento médico especializado aplicado nos ferimentos (com direito a assepsia com vodka), pegamos um kayak e fomos para alto mar. Rema, rema, rema. Cuidado, olha a onda! Cuidado pra não virar, cuidado! Virou! Corre, que Doga virou com o kayak! Dá um flecheiro e ajuda ele! =D

Doga tá bem e respirando. Só um cortezinho causado pela quilha da embarcação que sangra. É melhor sair d'água que aí vem tubarão. Aperta que estanca. E agora, que tal pegar o carro e ir mergulhar nos 7 metros de profundidade no encontro do mar com o rio? Cerveja no isopor e cuidado pra não molhar a alcatifa do carro. Temos que ir por um píer igual aqueles que eu via em Dawson's Creek pra chegar nas balsas amarradas por dois cabos de aço. Balança pra porra, venta pra carajo, e a paisagem é linda demais. Pela primeira vez eu vi uma ilha que tem um proprietário que não seja a União. E quem vai pular nos 7 metros de água? Pula ou não pula? Vai ou não vai? Vai! Mas vai de vagarinho se segurando nas bordas pra tentar tocar o chão! Mas não tem chão! /facepalm/ Solta a mão e nada! NADA! N-A-D-A! Tranquilo... E pra subir de volta? Contava com tudo menos com os corais que nascem grugados nos tonéis embaixo das balsas! Vai garoto, mete o tornozelo, calcanhar e canela neles! Iiiiisso! O sal cura e já tempera. Já, já vamos embora que tá escurecendo. Chegar logo em casa pra tomar um banho e nos conhecermos, no sentido bíblico da palavra.

Depois de um curso intensivo de churrascaria, fazemos fogo num instante pois somos fogosos, temperamos a carne com vinho pois já estamos vinhados e colocamos o espeto no buraco, por que de buraco a gente entende. Coma, beba e sorria muito (não necessariamente nesta ordem). Afinal, estamos entre amigos. Então vamos dormir que amanhã já é o ultimo dia. Acorda Maria
Bonita, acorda pra fazer café! E almoço também: Os veeeeelhos 17kg de macarrão de praia. Com a diferença que este aqui vai ser feito numa panela que 50cm de diâmetro ;) Come bem, mas toma cuidado com o banzo das 14hrs...quando ele pega, as pestanas pesam e pra dirigir é foda. Passado isso, vamos logo pra casa! Depois dessa Tea Party toda, contabilizamos uns 12 ferimentos entre cortes e arranhões, dois dias e meio de tranquilidade e diversão de verdade, com pessoas de verdade, numa felicidade de verdade. Faço questão de esquecer algo por lá pra ter uma desculpa e voltar pra fazer tudo de novo.

Obrigado a todos envolvidos e agora vou dormir que minhas aulas começam amanhã.