Das coisas inacreditáveis.


*por Douglas Beltrão






Parece inacreditável, impossível, inalcançável. Até que você finalmente encontra e ainda assim parece que é irreal, diferente de tudo... Pra ser sincero, é como se você estivesse ouvindo Beatles pela primeira vez.






O Efeito Disney

* por Douglas Beltrão



Olá.

Estranhamente, nos últimos dias este blog tem encontrado com chicas muy guapas que andam sofrendo por amores complicados/acabados/não-correspondidos/insira-aqui-sua-decepção. Como este que vos escreve conhece razoavelmente os métodos científicos necessários para obter a resposta para tais acontecimentos supostamente aleatórios, vamos às suposições:

1ª) Eu causo isto; (Descartada por falta de fundamentos concretos e plausíveis, id est, Não tenho bulhufas nenhuma a ver com isso);

2ª) Os rapazes decidiram perturbar a estabilidade emocional destas moças sem motivo aparente, só por maldade. (Descartada por falta de credibilidade. Afinal, nenhum cara faria isto. Sério mesmo, nenhum. Espero.);

3ª) A constante presença dos Clássicos de princesas do Disney, durante o desenvolvimento e formação destas moças, injetou no sub-consciente delas a utopia e anseio pelo prínc...homem ideal. Utopia, por definição, é o que é "tão impossível, tão impossível mesmo" que vira piada. Logo, moças, vocês anseiam por uma piada.

Resultado: A culpa deste auê todo é dele: Walt Disney a.k.a Valdisney. O sofrimento coletivo deve-se ao confronto destruidor e sanguinário das expectativas made in Disney com a realidade.


O véio do charuto, maaaaaaaaais conhecido como Freud (pronuncia-se Fróid), disse que vocês que tem coração, se apaixonam por projeções. Todo e qualquer relacionamento começaria apartir da projeção que cria-se do ser amado. No caso delas, a projeção mór - a do príncipe encantado - se projetaria (?!) sobre o moço que é tão príncipe quanto o Mussum era princesa. Aí que começam os problemas, né! Quando ele esquece do aniversário de namoro, quando ele faz um comentário sobre suas gordurinhas, quando ele pega outra mulher, quando ele diz que não quer mais estar contigo e destrói a ilusão de que encontraste um cara legal e que o casamento que começasse a sonhar não vai existir. Pois é, shit happens.


Non ecziste cara ideal, logo não vá acreditar que encontrou um. Por mais que ele seja gente fina, e me incluo no meio deles, não corte os pulsos se rolar o comentário bobo de que tu deveria ficar parecida com a Paola Oliveira. Que mané ficar parecida! Cadê a identidade? Repito, IDENTIDADE! E olhe que isso não é papo de 'alterna'... Foda-se o rótulo de alternativo. Mulé tem que ser inteligente. Beleza é loteria, burrice é opcional. A Branca de Neve foi tão burra que comeu algo que uma estranha ofereceu, a Ciderella deixava foderem com a vida dela sem reclamar...isso é inteligência? Por favor, se alguém só faz te foder e absorver o melhor que você tem e te dá migalhas em troca, na moral, pede pra nascer uma tênia na próxima vida. Assim quem vai roubar é tu. Oooou se ele não te quiser mais, aceite. Quem é você pra se achar a solução definitiva na vida do outro? Lide com o sentimento que for que ainda reste, whatever. Afinal, "...é isso que vocês não são capazes de compreender, que a gente, um dia, possa não querer mais o que se tem."


Aí, quando tiver aprendido isto tudo, talvez perceba que na verdade o príncipe, as vezes, é o cavalo branco.

No mais, da Disney, só a Pixar e o parque.



Da cor do âmbar



* por Douglas Beltrão


Âmbar. Os olhos dela eram/são da cor do âmbar.

No trabalho, nada que venha de um monitor me faz rir genuinamente. Quer dizer, até ontem isso era verdade. Fui pego de surpresa. Sem esperar, Âmbar volta do nada da forma menos imaginável. Ela saltou com um comentário simples que fez saltar um sorriso abobado no meu rosto semi-inespressível. Ganhei o resto de Outubro.

Foi pensando nesse dia que escrevi, quase um ano atrás, o seguinte:
"Se nos separamos por desavenças, veja bem, há tempo de rasgar e tempo de costurar (...) Por mais que as desavenças tenham sido por tua causa, ou não, por mais que as palavras que te foram ditas ainda machuquem, por mais que desculpas não tenham servido...ainda assim pode haver volta. "Como a vida é tecelã imprevisível, e ponto dado aqui vezenquando só vai ser arrematado lá na frente"

Se o tempo chegou, aqui. Se não, também aqui. Arremata agora, ou não.

Mas, pelo menos, deixa eu fazer uma pequena introdução -> Companheiro, Algo Lá de Cima não me perdoaria se eu resistisse a uma moça com aqueles olhos, aquela corrente no bolso, a munhequeira no punho, All-Star todo xadrezinho pintado com uma caneta Bic azul e outra Compaq preta e que não trocava o silêncio inteligentíssimo por qualquer comentário tosco. Sem falar da docura e simplicidade daqueles que acreditam que o punk não morreu. Sim eu sei, é apaixonante. Ai, ai... Mas ela era de outro. Se FÓDEU. KKKKKKKKKK... toma mané. Pára de se derreter no teclado.

Enfim, este sou eu devaneando sobre a felicidade. Dá um desconto, afinal estamos ouvindo 'Zóio de Lula' do Charlie Brown acústico. A propósito, esse acústico MTV é o melhor CD dos caras. Olha eu me perdendo DE NOVO! FOCO!

Provavelmente ela nem é a mesma que conheci anos atrás. O que é bom, não acham?! Ninguém precisa de uma âncora que te prenda 4 anos no passado. Vai ver, ela se tornou comum como as demais (NÃO!). Vai ver, ela nem entenderia o porque disto tudo...

Por mim, nunca teria saído de perto daqueles olhos. Mas, assim como os encontros, os desencontros e desentendimentos são inevitáveis. Éramos muito, muito, muito jovens (não que sejamos velhos agora), e isso é sim uma desculpa pra o que quer que tenha ocorrido. 'Ocorrido' este que eu sinceramente nem lembro o que foi. Prefiro guardar nos ventrículos só as melhores coisas. E se ela já me fez bem, o riso lá do primeiro parágrafo, entre tantos outros, foi uma das coisas mais lindas.


Certeza, Summer?


Não.


Fuck beauty contests

*por Douglas Beltrão


Outro dia, no trabalho, num momento de tranquilidade entre os telefones nervosos, Aquela soltou pra mim: "Mas ela nem é bonita!". Silêncio. Aquela só pode tá de onda comigo... Senhor Watson, desde quando beleza é item essencial da cesta básica das relações? Respondi: "E o que que tem? Ela é uma das pessoas mais inteligentes e talentosas que conheço!". E continuei a pensar que Aquela tinha dito isso só de brincadeira, afinal, somos amigos o suficiente pra isso. 10 segundos no futuro eu mudaria de ideia. Aquela virou e falou com aquele ar de quem acabou de ver uma barata amassada: "E tu fica com quem SÓ é inteligente, é?!". Desisto. Shame on you. Yeal, mostra a ela como é ser inteligente e talentosa sem ser Victoria's Secrets:


Ah, essas francesas...

Reparou naquele ''? Lê de novo: "E tu fica com quem SÓ é inteligente, é?!". Pra mim é difícil processar o fato de alguém ver isso e não ficar com o sentimento de que 'há-alguma-coisa-errada-em-algum-lugar-e-só-não-sei-onde'. Tá tudo errado, cara! Como assim tem que ser bonitão pra ser interessante. Qual é? Apenas este blog acha que ninguém SÓ vale o que parece, ou o que veste, ou o que bebe? Ah tá, então quer dizer que o boyzinho, bombadinho, do cabelo bom, motorizado, que faz Administração numa Faculdade Farofa, que só toma Red Bull com Red Label, que só anda na beca das brand t-shirts tem mais condições de conseguir aquele estágio do que o cara comum, que veste roupas da C&A, que graças ao ProUni faz Administração na mesma Faculdade Farofa, que tem que cronometrar a chegada na parada pra não perder o bus e que não bebe por que não tem $$ ? Má vá dá meia hora de C.U.

Eu vi em algum lugar o seguinte trecho:

You Don’t Have to Be Pretty. You don’t owe prettiness to anyone. Not to your boyfriend/spouse/partner, not to your co-workers, especially not to random men on the street. You don’t owe it to your mother, you don’t owe it to your children, you don’t owe it to civilization in general. Prettiness is not a rent you pay for occupying a space marked “female”.

Entre a aberração que é alguém só ver a beleza nos cabelos escovados e a Lily Allen com seus três mamilos cantando Womanizer, eu prefiro a segunda opção. Ao menos ela canta muito. Faz algo de bom e agrada os outros. Enquanto você - é, eu estou olhando pra você - só vive reclamando do seu chefe e não produz nada de útil durante as horas que passa conversando bosta com as amigas(os) na Internet. Modelozinho pré-moldado por pais super protetores que mimam ao invés de deixar cair pra sentir o cimento ralar o joelhos e perder a vaidade. Lily, mostra pra eles, e descalça:




Aaaah Aquela...Se tu não fosse tão limitadinha e não tivesse esse ar azedo antipático de patricinha do outro lado da Ponte do Pina que nunca pegou um Camaragibe/Derby lotado numa Segunda Feira, eu pegava fácil!


À quem eu engano...pego de todo jeito, azeda ou doce, afinal, que bundzinha é aquela, meu pai!!



Leléu das Moças



"

Parece que eu estou ficando doida! Parece até que eu estou sonhando. Mas chegou a hora de acordar.


Acordar pra que? Vamos ver o fim do filme. Aposto que ele tem final feliz.

Melhor não, Leléu. Histórias como a nossa costumam acabar mal.

A nossa não precisa acabar é nunca! Quanto mais amor eu sinto, mais falta pra eu sentir.

Um dia termina. Vai dizer que nunca gostou de outra mulher antes?

Eu sempre gostava de todas de uma vez só. Mas é a primeira vez que eu gosto só de uma pra sempre. Minha vida se encaixa na sua, dona Lisbela... e tudo se encaixa na minha vida.

Eu não devia lhe dizer, mas eu tô me derretendo toda por você. O coração mole, as pernas bambas, a mão molhada. Chega a fazer medo.

Eu tenho medo também. Mas não tenho medo de ter medo.

O que vai ser de minha vida, Leléu?

O que a senhora quiser fazer dela.

Eu não sei direito. Quer dizer, eu sei, mas não é direito.


"
(Lisbela e o Prisioneiro, Osman Lins, 1960)

Da vida e morte.





É interessante as pessoas usarem a expressão 'morte e vida', implicando que a vida é o oposto da morte. Mas o nascimento é o oposto da morte. A vida não tem oposto.









Digníssimo leitor, eu lhe pergunto: Qual o problema de ficar só em casa num sábado à noite? Qual o problema de não ter um(a) namorado(a) e não procurar por um(a)? E qual o problema de preferir assistir um filme sozinho? Qual o problema de se programar pra ficar só em casa lendo e organizando as coisas da faculdade/trabalho? E por que cargas d'água existem seres que sentem uma coceira nos partes intimas e safadórias quando não saem de casa pra ver gente? Por que não aguentam ficar só? Por que, por quê, porque, porquêêêêê??

Veja bem Caro Wilson, não é do 'ser só' que me refiro aqui, isto é deprimente e digno de pena, mas sim, do 'estar só'. Levando em consideração que todos não nasceram grudados em ninguém, como alguém no meio desse 'todos' não consegue viver um final de semana sozinho em casa sem reclamar desta situação? Deve haver uma necessidade extrema de contacto com outros humanos ou um medo medonho de ficar só, olhar pra dentro e perceber que o som não se propaga no vácuo. Ou melhor, há uma depêndencia dos que estão em volta por que, afinal, seria você tão superficial a ponto de ter que 'coexistir' pra 'existir'? Eu acho que essa galera nunca viu um cavalo ser parido. Sabe como é? Eles são cagados e 10 minutos depois estão trotando. Isso se chama independência.

Mas vão me dizer: 'Ah, mas não fomos feitos pra ficarmos sozinhos'. Nem sempre. 'Ah, mas temos que viver com alguém, isso nos faz bem'. Nem sempre. Nasce só, cresce só. Estar ao lado de alguém só torna esse processo todo de envelhecer e acumular experiências mais agradável. Sem nunca, NUNCA, depender de alguém pra se divertir ou dar sentido a um final de semana.

Entretanto, na maioria das minhas melhores lembranças, eu nunca estive só. E alguém irá me acusar de ter acabado de me contradizer.

Enfim, só são opiniões e perguntas de um cara que prefere ir ao cinema sozinho pra não se distrair com quem está ao lado. E dessa vez eu nem quero que esse canto torto, feito faca, corte a carne de vocês.

Uma Fada Azul montada num Coelho.

*por Douglas Beltrão

O que de mais estranho pode acontecer em um fim de semana?

Você, pessoa alheia às ciências dos gnomos e da Ilha de Avalon, nunca verá uma fada igual a que vi. Uma fada azul e ainda montada em um coelho. Nem com todo Absinto ou qualquer álcool disponível no glorioso estado de Pernambuco. Só não sei se foi a cana que tomei ou a jujuba que comi que montou em minhas retinas tal fotografia. Logo após este acontecimento, ainda fragilizado pela visão, só consegui me acolher no chão ao lado de um Vira Lata do mais alto Perdigree, vulgarmente conhecido como Beethoven. E antes que pensem mais coisas sobre isto, deixo claro que antes que ele viesse lamber minha cara, despertei. Querem saber mais? Pois bem, me meti em cocó de marido e mulher e ri muito com isso também. Foi TENSO, mas se resolveu. No fim todos acabam se amando e isso é o que importa. E quer saber, vamos caçar que é mais divertido! Corri atrás de 3 coelhos: um branquinho, um malhado e um marrom filho da puta que arranhou toda a lataria e pintura de meu braço esquerdo. Putamerda, quem consegue ser agredido por um coelho? E sem contar com as mais variadas formas de cortes e arranhões que as Espadas de São Jorge podem oferecer nos momentos que você se joga no mato sem medo de comer terra atrás destes roedores. Atendimento médico especializado aplicado nos ferimentos (com direito a assepsia com vodka), pegamos um kayak e fomos para alto mar. Rema, rema, rema. Cuidado, olha a onda! Cuidado pra não virar, cuidado! Virou! Corre, que Doga virou com o kayak! Dá um flecheiro e ajuda ele! =D

Doga tá bem e respirando. Só um cortezinho causado pela quilha da embarcação que sangra. É melhor sair d'água que aí vem tubarão. Aperta que estanca. E agora, que tal pegar o carro e ir mergulhar nos 7 metros de profundidade no encontro do mar com o rio? Cerveja no isopor e cuidado pra não molhar a alcatifa do carro. Temos que ir por um píer igual aqueles que eu via em Dawson's Creek pra chegar nas balsas amarradas por dois cabos de aço. Balança pra porra, venta pra carajo, e a paisagem é linda demais. Pela primeira vez eu vi uma ilha que tem um proprietário que não seja a União. E quem vai pular nos 7 metros de água? Pula ou não pula? Vai ou não vai? Vai! Mas vai de vagarinho se segurando nas bordas pra tentar tocar o chão! Mas não tem chão! /facepalm/ Solta a mão e nada! NADA! N-A-D-A! Tranquilo... E pra subir de volta? Contava com tudo menos com os corais que nascem grugados nos tonéis embaixo das balsas! Vai garoto, mete o tornozelo, calcanhar e canela neles! Iiiiisso! O sal cura e já tempera. Já, já vamos embora que tá escurecendo. Chegar logo em casa pra tomar um banho e nos conhecermos, no sentido bíblico da palavra.

Depois de um curso intensivo de churrascaria, fazemos fogo num instante pois somos fogosos, temperamos a carne com vinho pois já estamos vinhados e colocamos o espeto no buraco, por que de buraco a gente entende. Coma, beba e sorria muito (não necessariamente nesta ordem). Afinal, estamos entre amigos. Então vamos dormir que amanhã já é o ultimo dia. Acorda Maria
Bonita, acorda pra fazer café! E almoço também: Os veeeeelhos 17kg de macarrão de praia. Com a diferença que este aqui vai ser feito numa panela que 50cm de diâmetro ;) Come bem, mas toma cuidado com o banzo das 14hrs...quando ele pega, as pestanas pesam e pra dirigir é foda. Passado isso, vamos logo pra casa! Depois dessa Tea Party toda, contabilizamos uns 12 ferimentos entre cortes e arranhões, dois dias e meio de tranquilidade e diversão de verdade, com pessoas de verdade, numa felicidade de verdade. Faço questão de esquecer algo por lá pra ter uma desculpa e voltar pra fazer tudo de novo.

Obrigado a todos envolvidos e agora vou dormir que minhas aulas começam amanhã.


Acho que é isso que vocês não são capazes...


...de compreender, que a gente, um dia, possa não querer mais o que se tem."

[C.F.A]