bjonega


 * por Douglas Beltrão



keira knightley - Last Night (2011)

natalie portman - Closer (2004)


dá para misturar as duas e embalar pra viagem?

Assim como Einstein

* por Douglas Beltrão



Eu, assim como Einstein, tenho várias teorias. Nenhuma delas, lógico, vai mudar o mundo:


Teoria #1 : Quando você diz que tem uma queda por alguém, isso não pode durar mais que 4 meses. Se passar disso, você está apaixonado.

Teoria #2 : Não se deve trepar com quem não tem livros.

Teoria #3: Frases feitas do tipo "Só me arrependo do que não fiz" fazem de você um ser tão profundo quanto um pires.

Teoria #4 : Estar sozinho nunca vai ser certo. Pode ser bom, mas nunca certo.

Teoria #5 : Religião é o chá de cogumelo do povo.

Teoria #6 : Metade das pessoas que dizem gostar de Beatles estão mentindo quando dizem que gostam de Beatles.

Teoria #7 : Ao deixar que te chamem por apelidos carinhosos, genéricos e populares do tipo "mô", "bebê", "florzinha" você joga fora seu direito à única coisa que realmente é sua e intransferível: seu nome. Já apelidos personalizados, únicos, do tipo "vaca", "bandido", "pumpkin" são exceção desta regra.

Teoria dos Lados





"Todo lado tem seu lado
Eu sou o meu próprio lado
E posso viver ao lado
Do seu lado, que era meu."


(Ziraldo. In: O Menino Maluquinho. São Paulo: Melhoramentos, 1980, pp. 84-87)





Duas Rodas

*por Douglas Beltrão




Arnaldo era um cara legal. Inteligente, bem humorado, 3 tatuagens, 2 brincos, tocava violão, sotaque arrastado e apreciador de uma boa cerveja. Pela primeira vez em 4 anos, o filho de Dona Rosemery e do Seu João Alberto acordou naquela Quarta-Feira realmente feliz. Feliz pra caralho. Saiu da cama, tomou seu banho, comeu seu cereal com leite, pegou sua mochila, entrou no seu carro adaptado para cadeirantes e dirigiu até o escritório. De tão eufórico que estava, esqueceu de trancar o portão de casa.

No caminho, lembrou pela milionésima vez da noite na qual um bêbado dirigindo um Fiat 147 tentou parar sua lata velha sobre as pernas de Arnaldo à 74km/h. Ao contrário do que possam imaginar o Grande Arnold parou sim o carro. Não quebrou nenhuma perna, nenhum braço, nenhuma costela, porém, esfarelou 4 vértebras. Ele sempre era atormentado por isso, mas hoje nada ia tirar o sorriso daquele rapaz de 27 anos. Afinal, depois de 4 anos de intensivas sessões de fisioterapia, tratamentos alternativos e experimentais, algum "resultado" foi visto. Um resultado incomum, mas ainda assim um resultado.

Como falei acima, Arnaldo era um cara legal mesmo. Nunca se deprimiu com sua nova condição de deficiente e sempre tirou sarro da situação. Costumava dizer que seu único ponto fraco eram as corridas de longa distancia. Só as longas, por que nas de curta ele era imbatível. Assim que pôde, voltou a trabalhar como design gráfico e retomou as aulas de piano. Nem a namorada que o abandonou na época do acidente tirou seu bom humor.

Chegando na empresa, ligou pra todos os ramais pedindo que todo mundo viesse até sua sala pra saber da novidade. Demorou mais ou menos 15 minutos pra que 22 pessoas se aglomerassem. As que não podiam vir logo saberiam do que se tratava a "novidade". Arnaldo esperou todos se acomodarem, respirou fundo, agradeceu ao que displicentemente chamamos de Deus por ainda ter olhos pra assistir seus filmes e ler seus livros, agradeceu pelos seus ouvidos que ainda podem ouvir Beatles todos dias e agradeceu pelo milagre que lhe foi dado nas primeiras horas daquela manhã. Olhou para todos e falou:

- Pessoal, depois de 4 anos sem poder me levantar desta cadeira, de não conseguir mexer um único dedo do pé, depois de ver minhas pernas atrofiarem pelo desuso...depois de tudo, hoje um grande passo foi dado. Hoje eu me sinto muito mais próximo da recuperação. Pessoal, hoje eu tive minha primeira ereção em 4 anos.

Ela Volátil

*por Douglas Beltrão


E vamos parar com essa conversación?! Não tiene sentido mais. Melhor fugir deixando uma lembrança buena, um postal numa gaveta, uma calcinha furada debajo de la cama, uma fotografia impressa naquela HP Color DeskJet 5550 – cualquier coisinha que depois de algum tempo, depois que toda confusión estiver longe, a gente possa mirar e sorrir, mesmo sem saber direito por quê. Ok?

Caio Fernando Abreu escreveu algo parecido. Isso não é nada original. Então, como eu te dizia, outro dia eu tava com meu violão tendando me convencer que ainda sei tocar alguma coisa e me veio o seguinte pensamento: Se o Pinóquio dissesse que o nariz dele vai crescer agora, o que aconteceria?

Tu nunca conseguiu tocar la guitarra.

Ah, vai dizer que não é um paradoxo interessante?! Igual ao pato Donald se enrolar na toalha depois do banho. Ele já não usa calças mesmo! E o Bob Esponja tomando banho com aquela espuma toda com o Gary?!

Você habla muito sobre nada. Não me deixa hablar também, nunca pergunta minha opinião. Corazón, deixa te explicar, eu estava conversando com meu amigo Rubem Alves e ele me disse: A gente ama não é una persona que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção.
Você ainda me chama de coração.

Pero no quiere dizer nada más.

Lembra quando eu disse que era caidinho por você?

Claro que sí: num torpedo de 133 caracteres.

É. Foi. (risos)

Quando foi que usted passou de nerd tímido pra um falastrão cuzão?!

Tá com raiva?

Não! Claro que não!

Ah sim, por que parece. Você tá chorando e tu só chora de raiva. Tá parecendo que teus olhos não duas tempestades de Iansã.

Iansã-quê?!

Iansã, Rainha dos raios, senhora das tempestades, Iansã ou Oyá é a única das deusas do candomblé que tem poder sobre os Eguns...deixa pra lá.

As vezes te acho tão extraño. Da onde tú tira estas coisas?!

Estranho?! Você que tem todas as estranhezas que essa relação podia ter. Lembra o que tu me falou antes de irmos pra cama pela primeira vez?

Não foi bem numa cama. Foi no colchão inflável do Júlio.

Lembra ou não?!

Lembro não. Perdón.

Tu disse assim: Agenor, você necesidad de tirar essa barba. Elas fazem mal para minhas pernas. Eu perguntei se arranhavam muito e você disse que não. Era por que elas se abriam muito facilmente.

Eu era uma puta. (risos)

Enfim, é melhor você ver esse vídeo aqui pra a gente acabar com esse clima chato. 

....

Isso sim que é um TecnoBregaFunkEletroTrend estiloso. (risos) O que achou?

Bueno.

Então tá. Acho que ficamos assim. A gente se encontra por aí.

Sim, sim. Me desculpa?

Não tem do que se desculpar. Depois passa lá em casa pra pegar o que sobrou. Teus livros, os discos dos Beatles e do Noel.


Bien, então.

Rita, só mais uma coisa: Eu vou ficar bem, não se preocupa. As cidades, como as pessoas ocasionais e os apartamentos alugados, foram feitas para serem abandonadas.

Adiós.

The Passing of the Grey Company





And she answered: “All your words are but to say: you are a woman, and your part is in the house. But when the men have died in battle and honour, you have leave to be burned in the house, for the men will need it no more. But I am of the House of Eorl and not a serving-woman. I can ride and wield blade, and I do not fear either pain or death.”

“What do you fear, lady?”, Aragorn asked.

“A cage,” she said. “To stay behind bars, until use and old age accept them, and all chance of doing great deeds is gone beyond recall or desire.”



by J. R. R. Tolkien (3 January 1892 – 2 September 1973)
The Return of the King
Chapter – The Passing of the Grey Company





PostGiganteSobreDesilusões

*por Douglas Beltrão
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-[non-sense: ON] [black_humor: ON] [haters gonna hate]
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Meus caros, sempre pensei pela contra-mão e me interessei pelo desinteressante/estranho. Postos estes fatos à luz do conhecimento, o por quê de me apaixonar pelo inalcançável pode ser justificado. Ou não.

O meu primeiro amor foi uma coroa BAD-ASS! Quando a conheci era uma louca e mãe de um garoto mais velho que eu. O nome dela era Sarah Connor. Mãe de John Connor, líder da Resistência Humana contra a SkyNet. O ano era 1995, e naquela VHS semi mofada, gravada de uma Tela Quente, eu tinha a minha cópia do Extermiador do Futuro 2: O Julgamento Final, lançado 5 anos antes. Linda Hamilton fazia a mulher mas fodástica que encontrei até hoje /FATO. Pra ser sincero era um misto de admiração e medo. Apesar de um amor puro e ingênuo, afinal eu devia ter uns 6 anos, não duramos muito tempo. A diferença de idade era exorbitante e meus pais gostariam que eu chegasse pelo menos até a 5ª série sem uma desilusão amorosa. Além disso, como eu poderia competir com um soldado enviado do futuro pra proteger e fazer um filho na Linda, enquanto eu dormia as 20:30h todo dia depois de uma papinha de maizena?

O tempo passou e eu amadureci. Decidi me envolver com moças mas novas. Foi aí que em um sábado de 1996 conheci aquela que iria e viria na minha vida por muitos anos. O nome dela era Mathilda. O filme era "O Profissional" de Luc Besson, com Jean Reno e, naquele momento, a futura mãe de minha prole, Natalie Portman. Novamente: Natalie Portman. Watson, um garoto de 6 anos não tem a fibra necessária para lidar com uma garota daquela. Mathilda era uma má companhia pra mim, eu fui avisado por meus colegas do primário. Porém, sempre gostei do que não é saudável. E uma menina de 12 anos que é viúva de um matador profissional, definitivamente não seria uma boa nora. Não me importei com isso e mantive um relacionamento muito duradouro com ela. Éramos felizes. Ela trabalhava com caras mais interessantes que eu como Al Pacino, Tim Burton e Robert De Niro, enquanto eu lia gibis do Espetacular Homem-Aranha. Foi aí que em 1999 ela conheceu George Lucas. Esse velho levou minha Mathilda para as estrelas...Para viver a mãe do Luke Skywalker em Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma. Era muita coisa para um casal como nós. Era...era Star Wars, cara!! Ela já não tinha muito tempo/afeto pra mim e nos separamos por um tempo, afinal, é difícil aprisionar os que tem asas. O destino nos juntaria novamente.

Sabe quem me ajudou a superar isso? As manhãs de sábado da Globo. Na verdade, foi a Joey Potter de Dawson's Creek. Tem coisa mais simpática que Katie Holmes em um barquinho num final de tarde do verão americano? Foi ela quem cuidou de mim, me ajudou a crescer, a me intelectualizar. Aprendi muito com ela e contraí da mesma, esta indecisão que me acompanha até hoje. Enfim, ela cuidou de minhas feridas. Só que também cansou de se prender a mim. Eu só queria continuar ali com ela, naquela enseada. Tipo...pra sempre. Mas ela teve que escolher entre mim, o Dawson e o Pacey. Esse último se deu melhor. Voltei pra casa pra recomeçar sem nenhum ressentimento, estranho isso.

Depois deste relacionamento tão lindo, conheci aquela francesa que quebrou as sombras de meu coração como um creme brulée. Amelie. A coisa mais doce que conheci em toda minha vida. PONTO. Um namoro tranquilo e sutil, tivemos. Sem aquelas modernidades e loucuras atraentes das francesinhas. Uma coisa sublime.

No auge disso tudo, na plenitude de nosso fabuloso destino, quando Audrey Tattou volta das gravações de Eterno Amor, Natalie derruba as prateleiras da locadora como Alice em Closer. Ela colocou aquela peruca rosa, apontou o dedo para minha face magra e acnosa e disse: "Hello, stranger." Só bastou isso. Amelie até hoje não suspeita que as viagens que fiz foi para visitar o set de V de Vingança com Nat. Mais uma vez ela brincou comigo. E dessa vez foi comigo e com o maconheiro do Gael Garcia Bernal. Ao mesmo tempo! Isso não pude suportar. Fiquei sem rumo. Tentei voltar com a Audrey mas o Tom Hanks não deixava eu chegar perto dela por conta do Código Da Vinci. Decidi chutar o balde.

Comi a Keira Knightley depois de "Simplesmente Amor" e sem "Orgulho e Preconceito", furei os zóios do Homem-Aranha com a Kristen Dunst, neguei meu coração à Nicole Kidman depois de "Moulin Rouge" - me arrependo disso, dei trela para os peitos de Scarlett Johansson mas rolou uns "Encontros e Desencontros". E quando vi que Winona Ryder era uma furada eu saltei fora, apesar de achar ela uma coroa digna de nota. Conheci a Rachel Weisz, mas ela disse na minha cara que eu era muito novo e irresponsável pra ela. Um amor não correspondido, vocês podem ver.

Aí, depois de tanto tempo, tantas voltas e desordem, encontrei minha atual companheira: Audrey Hepburn. Sem. Comentários. De um maneira estranha, a estrada que começou lá com Linda Hamilton me trouxe à uma diva do cinema, o ser humano mais bonito de todos o Multi Universos. Estamos vivendo o que considero a plenitude. Definitivamente, she's got me. Tudo que se pode desejar de uma mulher, encontramos nela. Toda a classe e elegancia, a beleza, bondade e inteligência...Embaixadora da UNICEF, oscar de Melhor Atriz por A Princesa e o Plebeu, uma lady! E sabe por que estou tão confiante nessa relação e ao mesmo tempo com medo? Não é por que ela morreu em 1993, mas por que Natalie Portman me veio com Cisne Negro. O que vou fazer agora? Onde isso vai acabar Mathilda? Vai acabar? Bitch!